As Plêiades

em
Quando adolescente, eu já gostava de olhar para o céu. Em determinadas épocas via um grupinho de estrelas, umas 6 ou 7 estrelas bem próximas no céu, e ficava pensando quais estrelas eram aquelas...
Só um bom tempo depois descobri que aquele grupinho de estrelas tinha um nome bem famoso: Plêiades.


Aglomerado aberto de estrelas chamado Plêiades.
Crédito: APOD/ Robert Gendler
As Plêiades são provavelmente o aglomerado de estrelas mais famoso desde os tempos remotos. De tão conhecidas, as Plêiades já foram mencionadas por Homero em sua obra Odisseia (há cerca de 750 anos antes de Cristo) e até mesmo citado três vezes na Bíblia. Isto porque esse aglomerado pode ser facilmente visto no céu a olho nu, mesmo em cidades com poluição luminosa. Pelo menos 6 de suas estrelas podem ser vistas a olho nu, e se as condições do céu estiverem boas é possível ver mais de uma dúzia.

O aglomerado das Plêiades é popularmente conhecido como as Sete Irmãs, e está catalogado como Messier 45 (M45). O nome "Sete Irmãs" veio provavelmente da mitologia grega, onde as Plêiades eram consideradas as sete filhas de Atlas e Pleione. Mitologias à parte, as estrelas nas Plêiades, mais fáceis de serem vistas a olho nu, são as sete irmãs: Alcyone, Asterope, Celaeno, Electra, Maia, Merope e Taygete. O nome "Pleiades" ainda não tem sua origem definida, podendo ter sido derivado da palavra grega para "navegar", ou da palavra "pleios" que significa "cheia" (ou "muitos"), ou ter derivado do nome de sua mãe mitológica, Pleione.

As Plêiades são um aglomerado aberto de estrelas. Esse tipo de aglomerado estelar é um grupo de algumas centenas de estrelas relativamente jovens, que interagem gravitacionalmente e que estão irregularmente espalhadas. O aglomerado das Plêiades possui mais de 3.000 estrelas, e está localizado a cerca de 400 anos-luz de distância da Terra. Calcula-se que sua idade seja de 100 milhões de anos, e que em mais alguns milhões de anos as suas estrelas irão se afastar e elas ficarão isoladas.

Nebulosa NGC1435 ao redor
da estrela Merope das Plêiades.
Nas imagens com boa resolução feitas por telescópios é possível ver nebulosas de cor azul rodeando as estrelas mais brilhantes do aglomerado. Na imagem ao lado, está mostrada a nebulosidade ao redor da estrela Merope das Plêiades. Essa nebulosidade é chamada de "nebulosa de reflexão", pois reflete a luz das estrelas próximas, no caso, a luz das estrelas do aglomerado. Uma caraterística marcante das nebulosas de reflexão é a luz refletida ser azulada. Segundo estudos, essa nebulosidade não faz parte das Plêiades (pelo fato do aglomerado e da nebulosa terem velocidades diferentes), mas pode ser parte de uma nuvem molecular que está cruzando o caminho do aglomerado.



Encontre as Plêiades

As Plêiades no céu localizam-se na constelação de Touro a poucos graus de distância da famosa estrela vermelha Aldebaran. Para o hemisfério sul, em abril ainda é possível observar o aglomerado no início da noite antes dele sumir no horizonte, na direção norte-oeste, logo depois do Sol se pôr; em julho, ele começa a poder ser visto antes do nascer do Sol, no leste; em novembro, já começa a ser visto no meio da noite e durante o verão fica visível no decorrer da noite toda. (Clique na imagem para ampliar)

Localização das Plêiades no dia 02/04/2013, 19 horas.

Por ser um objeto celeste grande (cobre no céu uma região três vezes maior do que o tamanho aparente da Lua), é melhor observado por binóculos ou a olho nu. Em telescópios, o ideal é usar lente ocular de maior campo de visão e de baixa ampliação para que seja possível observar o aglomerado todo, ou poder observar grande parte dele.

Como as Plêiades estão situadas perto da eclíptica (plano da órbita da Terra no céu), a Lua pode ficar bem próxima às Plêiades ou ocultá-la (um espetáculo lindo de ver). A próxima vez que a Lua quase cheia e as Plêiades ficarão próximos no céu será no dia 24 de setembro de 2013.

Referências: